"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18
Às vésperas de 2017, muita gente está fazendo sua listinha de resoluções para o próximo ano. Emagrecer, voltar a estudar, fazer uma viagem dos sonhos, arrumar casamento… Enfim, a simbologia de que tudo se modifique junto à mudança do calendário pode servir de alavanca para se deixar a procrastinação e o comodismo. Ou não (a repetição de certas resoluções ano após ano que o diga).
Mas e se as igrejas também tivessem sua lista de resoluções, de desejos para 2017? Imagino que seria mais ou menos assim:
– Fazer uma dieta urgente para perder a gordura das falsas conversões, que me tornam inchada e desnutrida espiritualmente;
– Fazer uma poupança nos céus, onde a inflação e o consumismo não corroem, distribuindo os recursos financeiros terrenos onde forem necessários para trazer dignidade às pessoas;
– Desapegar dos valores deste mundo, que têm ocupado um espaço muito grande em meu coração, tirando o espaço para Deus;
– Dedicar um bom tempo ao estudo e à prática das Escrituras, para não ser vítima de estelionatários e aproveitadores da fé;
– Adquirir o máximo de almas possível com o preço do sacrifício de Cristo e o amor por Ele ordenado;
– Tratar a todos com equidade, sem acepção de pessoas, não havendo distinção entre o menor e o maior ofertante, entre o desconhecido e o artista gospel, entre quem cometeu um ou outro tipo de pecado;
– Refutar com todas as forças a tentação da teologia da prosperidade, que me faz negar a Cristo em troca das promessas de satanás no deserto, enchendo-me de ganância pelas riquezas desta terra (de cujos valores preciso me desapegar);
– Exercitar diariamente o perdão, em sessões de setenta vezes sete;
– Viajar muito, não em caravanas gospel para Israel ou em cruzeiros marítimos com pregadores famosos, mas para os lugares onde minha presença se faz necessária para levar provisão, conforto e esperança aos necessitados;
– Deixar de confiar nos poderes político e econômico e passar a confiar Naquele que detém todo o Poder;
– Lembrar-me de que não sou feita de tijolos, mas de gente – e que preciso alimentar gente, não tijolos;
– Libertar-me da “cura e da libertação” e de todas as metodologias de crescimento e superstições gospel, que dificultam o acesso a Cristo ao impor rituais e cerimônias para a obtenção daquilo que Ele já me conquistou na Cruz do Calvário;
– Aguardar ansiosamente pelo meu casamento, nos céus, linda e ataviada, pura e santa. E enquanto aguardo a chegada do Noivo, que eu possa espelhar Sua luminosidade, trazendo, através do meu testemunho, luz a esse mundo em trevas.
E depois, 365 dias para colocá-las em prática. Será?
Que as igrejas possam sair do círculo vicioso no qual vivem há séculos e se definam como Igreja, como Corpo guiado pelo Cabeça que é Cristo.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
EU, EU, EU, e em seguida EU de novo.
“Tempos trabalhosos” como escreveu Paulo.
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