Uma estrangeira no mundo

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

Reconhecimento facial nas igrejas brasileiras: sinal dos tempos?


images (3)Imagine a seguinte situação: o fiel chega à igreja e ao passar pela porta um leitor facial o identifica e envia automaticamente o relatório para o obreiro encarregado do controle de acesso. No relatório consta que o fiel faltou nos últimos dois cultos, que sua última oferta foi há quatro semanas e que o dízimo deste mês ainda não foi pago. Munido deste e de outros relatórios semelhantes, o obreiro informa ao pastor titular, que decide que o tema da pregação da noite será sobre a importância da fidelidade nos dízimos e ofertas para manter o fiel longe das maldições do Antigo Testamento.

E imagine também o seguinte: o fiel chega à igreja com o semblante pesado, o que imediatamente é identificado pelo leitor facial. Segundo o equipamento, o fiel demonstra sinais de profunda tristeza e falta de esperança. Munido desta e de outras informações já antes coletadas sobre a vida pessoal do fiel (é casado, porém é um casamento complicado, além de estar com dificuldades com sua chefia), o pastor titular, que faz as vezes de profeta, aponta para o fiel durante a pregação para lhe entregar as revelações que “deus” lhe mostrou. E a plateia fica maravilhada.

Ficção científica? Mistura de 1984 do George Orwell com o filme Minority Report estrelado pelo Tom Cruise e dirigido pelo Spilberg? Não. É a mais pura e atual realidade nas igrejas brasileiras.

Na última Expo Cristã, visualizamos pelo menos um stand que oferecia Inteligência Artificial para igrejas. Não nos aprofundamos na época, mas um artigo do jornal El País trouxe luzes sobre o assunto (recomendo a leitura inteira do artigo “Empresas lançam serviço de reconhecimento facial para igrejas no Brasil“).

Acabou de ler o artigo? Está tão abismado(a) quanto nós, uma vez que o artigo claramente nos informa que já existem igrejas no Brasil utilizando o reconhecimento facial sobre seus fiéis?

No início do ano surgiu que o Governo Federal estaria buscando sistemas de reconhecimento facial para fiscalizar ou catalogar ou espionar ou controlar a população brasileira, mas sob a bela justificativa de controlar a criminalidade (fonte: Câmara dos Deputados). O Metrô de São Paulo também partiu para essa iniciativa, sempre publicamente objetivando uma maior segurança aos usuários (fonte: Folha de São Paulo). E temos a concretização desse objetivo público (pois não duvidamos que haja objetivos “privados” nessa iniciativa) durante o Carnaval de Salvador deste ano, onde um rapaz acusado de homicídio, mesmo fantasiado de mulher, foi reconhecido pelo sistema e preso logo em seguida (fonte: Tecmundo).

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Fonte: SSP/BA

Existe uma polêmica muito grande em relação à adoção de sistemas de reconhecimento facial por empresas e governos. Quem garante que as informações obtidas não poderão servir para chantagens ou mesmo perseguições políticas? Afinal, descobrir onde seu desafeto cumpre as “horas extras” pode ser de grande valia… E saber onde um grupo de oposição se reúne também. E melhor: sem precisar arriscar que o espião ou detetive seja descoberto (afinal as câmeras farão todo o trabalho).

Houve um tempo em que as igrejas eram locais de refúgio. Recentemente, tivemos a grata notícia de uma igreja holandesa onde vários pastores de diversas denominações se revezavam para propiciar 24 horas ininterruptas de culto com o fim de proteger uma família de imigrantes de ser deportada – pelas leis holandesas, a polícia não pode invadir um local durante um culto (fonte: Gazeta do Povo). E durante o nazismo alemão, pastores como o luterano Dietrich Bonhoeffer mantiveram sua crença no Evangelho e não abriram mão dos valores cristãos, mesmo tendo que perder suas próprias vidas.

Mas também houve tempos em que as igrejas se tornaram braços de execução do Estado. Houve pastores que aderiram ao nazismo, à Ku Klux Klan, ao Apartheid e mais recentemente idolatrando políticos em busca das benesses que a proximidade com o poder terreno podem trazer.

O que esperar de igrejas que incorporam o reconhecimento facial em seus templos?

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Em primeiro lugar, elas precisam mudar de nome e assumir o propósito para o qual existem. Não são igrejas, são EMPREJAS. Uma igreja é um lugar onde todo o qualquer individuo tem livre acesso para prestar culto, de forma pura, simples e sem fins de lucro. Quando uma igreja passa a controlar a presença dos fiéis, monitorar suas emoções através das expressões faciais, fiscalizar quanto é pago e com qual frequência, aí o objetivo não é mais cultuar a Deus, mas administrar um rentável negócio (e totalmente livre de impostos!). Assim, afirmo sem pestanejar: não são igrejas cristãs.

Em segundo lugar, o reconhecimento facial em emprejas favorecerá o controle total sobre os fiéis, inclusive a “chantagem santa”.

Em terceiro lugar, como dito no exemplo no início deste artigo, o reconhecimento facial será um manancial para os profetas de plantão. Pesquisar a vida do fiel pelo Facebook para lhe dar profetadas agora é coisa do passado.

Em quarto lugar, na medida em que o fanatismo religioso está irmanado, no Brasil, com o fanatismo político, não será surpresa que os sistemas de reconhecimento facial em emprejas venham a servir para “entregar” perseguidos políticos em troca de benesses do poder terreno. Aliás, isso já aconteceu na época da Ditadura brasileira, só que com bem menos tecnologia.

Em quinto lugar, isso é cumprimento das Escrituras. Estamos vivendo os tempos finais, onde a iniquidade está se multiplicando na Terra. E as emprejas, as falsas igrejas, se multiplicam também para espalhar o engano sobre muitos. São os tais lobos em pele de cordeiro.

Em Apocalipse aprendemos que os verdadeiros cristãos sofrerão grandes perseguições nos tempos finais. Mas acredite: os cristãos vinculados a emprejas, esses ficarão bem seguros enquanto obedecerem fiel e cegamente àqueles que dominarem os sistemas de reconhecimento facial, seja dos governos, seja de suas denominações religiosas.

Não sabemos o que há de vir, mas sabemos que não abriremos mão do que acreditamos. E acreditamos Nele e em Sua Palavra. Eis-nos aqui, Senhor!

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Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

 

2 comentários em “Reconhecimento facial nas igrejas brasileiras: sinal dos tempos?

  1. Marcos
    20/11/2019

    Este tipo de liderança não trata os cristãos como um rebanho, mas sim como uma manada

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  2. Honorio Neto
    23/11/2019

    Alerta povo de Deus!!!
    Misericredo!!!!
    Honório.

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Publicado às 16/11/2019 por em Ser estrangeira e marcado , , , , .
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