Sobre mim

“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.” – João 15:18.19

“Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” – João 17:14.17

Não faço nada de bom. Não tenho nenhum merecimento. Sou uma serva que não serve para nada.

Meu nome é Vera Siqueira, mãe do Joaquim Lucas e formada em Administração por livre e espontânea pressão do serviço, mas ainda pretendo estudar Antropologia, Sociologia e/ou Teologia.

Como escrevo melhor do que falo (ainda fico meio gaga quando fico nervosa, pode?), fiz esse blog. Sou convertida a Cristo oficialmente há 12 anos, porém há pouco tempo que estou conseguindo me desvencilhar das amarras que a “religião” coloca sobre seus seguidores. Quero viver na Graça de Cristo, com uma mente renovada por Ele.

Já fui de tudo nesses 41 anos de vida: católica, espírita kardecista, frequentei mahi-kari, messiânica, umbanda. Quando me “converti”, troquei de religião, mas mantive muitas superstições e crenças, inclusive incentivadas pelas igrejas. Não usei sabonete ungido, mas já levei flor abençoada para casa, já dei tudo o que eu tinha (um relógio que ganhei do meu marido) num culto, pois eu tinha que provar para Deus que Ele tinha meu tudo (nesse dia eu tinha esquecido o talão de cheques, senão teria com certeza dado todo o valor da minha conta). Citando um livro do Pr. Caio Fabio, já fiz muita “barganha com Deus”.

Também achava que todo o mundo era santo na igreja. Logo que me converti, um pastor que falava em línguas durante todo o culto, gritava “aleluias” a cada 5 minutos e coisa e tal me seduziu, dizendo que era de Deus que eu largasse meu namorado (atual marido) e ele largasse a namorada dele. Larguei meu namorado, ele não largou a namorada e tempos depois, arrependida, me abri para a igreja e foi o escândalo, mas resolvido pela misericórdia de Deus.

Anos depois fui numa reunião de cura interior, a pastora que me atendeu disse que eu tinha chips implantados em meus ombros, através dos quais os demônios-et’s me monitoravam durante todo o tempo. Por pecados recentes que eu havia cometido não quis me “ministrar”, e durante pelo menos 2 anos fiquei com esse fantasma na cabeça, ou melhor, nos ombros, implorando para vários pastores dessa área de libertação por ajuda, mas nunca tive acesso a ninguém. Mandei emails, cartas, telefonemas, ia pessoalmente nas sedes dos ministérios, mas nada. Tinha que fazer curso de libertação para Deus fazer a obra. Tentei o curso, não consegui ir 2 meses de tão desequilibrada que fiquei (não conseguia ficar perto de pessoas), cheguei a entregar um bilhete implorando por ajuda para uma pastora líder de ministério, mas não obtive resposta. Por meu marido ter amizade com um pastor que trabalhava na equipe de um outro ministério de libertação até consegui falar com um líder, mas esse não quis me ministrar porque meu marido tinha passado por um divórcio. Nessa conversa, ele citou que estava ministrando uma advogada que apareceu num culto. Pensei: poxa, para a advogada foi fácil o acesso ao ministério; para mim, que nada sou, sem acesso! Então descobri que a igreja é uma para os ricos e poderosos, e outra para os que nada são. Mas, pela misericórdia de Deus, fui reequilibrada, aleluias!!! E no final de 2010 descobri que meu problema não era provocado por demônios-etês, mas apenas uma doença genética raríssima, que causa um problema metabólico, e como, por ser muito rara, ainda não tem cura, o que posso fazer (se Deus não me curar) é evitar certos alimentos e tomar algumas medidas paliativas. Enfim, tudo o que ouvi nesses ministérios era uma grande “profetada gospel” (quando não se sabe do que se trata, “deus” manda dizer que é demônio).

Depois disso tive outras decepções menores com cristãos, e achava muito estranho isso, pois em 6 anos no kardecismo só via pessoas de caráter e de bem,capazes de tirar a própria roupa em favor dos pobres (na igreja, os pobres é que tínhamos que tirar nossa roupa para dar de oferta!). Jesus vem para os doentes, não para os sãos, e os mais doentes estão nas igrejas por faltar exortação e ensinamento da Palavra.

Por isso escrevo esse blog. Não creio que será conhecido, que terá muitas visitas, mas creio que posso tocar em algumas feridas da igreja para algumas poucas pessoas que o acessarem. Não sou melhor do que ninguém que critico por aqui, também tenho meus pecados e defeitos, e creiam, são muitos (só vivo pela misericórdia de Deus), porém às vezes é preciso que outros nos apontem nossos erros, pois ficamos tão cegos na realidade que criamos que nos deixamos levar por ventos de doutrina sem perceber.

No mais, estou aqui. Fiquem na Verdadeira Paz que excede todo o entendimento.